Prevalência de sinais e sintomas de transtorno opositivo desafiador em crianças de uma escola privada de Brasília-DF

Abstract

O Transtorno Opositor Desafiador (TOD) é, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição (DSM-V, do inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), um distúrbio comportamental no qual, crianças e adolescentes, apresentam dificuldade em obedecer às regras, irritabilidade, índole vingativa e desafiadora. Essas características causam perturbação da ordem na família, escola e em outros núcleos sociais. Além disso, há importante sofrimento do paciente portador desse transtorno, que, por muitas vezes, é negligenciado. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é aprofundar os estudos por meio da investigação da prevalência de sinais e sintomas do TOD em crianças de uma escola privada de Brasília-DF. Nessa pesquisa, transversal, descritiva, observacional e quantitativa, foi utilizado o método de estudo de prevalência ou epidemiológico. Foi aplicado o questionário SNAP-IV, que avalia os sintomas e estabelece a possibilidade de existir o transtorno. Também, foi aplicado um questionário voltado para os familiares quanto ao ambiente que a criança participa. O TOD revelou-se de significativa prevalência e impacto. Os resultados deste estudo constataram uma alta prevalência de sinais e sintomas de TOD nas crianças observadas, além de indicar uma maior prevalência entre meninas. Em relação à influência do ambiente familiar, observou-se que 3 (50%) das crianças com sinais e sintomas de TOD viviam em ambientes familiares disfuncionais. Já quanto à relação entre TOD e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi evidenciado que dos 6 indivíduos que apresentam sinais e sintomas de TOD, 66,7% (n = 4) também apresentam sintomas de desatenção e/ou hiperatividade. No entanto, é crucial considerar limitações como a amostra restrita e a singularidade socioeconômica da população estudada. Aspectos não abordados, como histórico médico e fatores genéticos, merecem destaque em pesquisas futuras. Conclui-se que, devido à complexidade no diagnóstico do TOD, e possível subdiagnóstico, demanda uma identificação precoce e a compreensão mais aprofundada desse transtorno, enfatizando a necessidade de maior visibilidade do TOD na sociedade e na comunidade médica.