Prevalência de asma e sua relação com os níveis de óxido nítrico em escolares de 6 a 11 anos de idade.

Abstract

Introdução: Os gestores, professores, pais ou responsáveis de escolares têm pouca ou nenhuma informação sobre o impacto da asma sobre os exercícios físicos nas aulas de Educação Física e nem as possíveis implicações nos indicadores de sucesso escolar. Não conhecem nem ao menos a prevalência de asma em nossos escolares. Objetivos: Portanto, o presente estudo avaliou a prevalência, gravidade e o controle de asma, obtida através de questionários e avaliou o grau de inflamação das vias aéreas entre os estudantes. Métodos: Para este estudo, foram convidadas 160 crianças, com idades entre 6 e 11 anos, da Escola Municipal Benedito Soares de Castro, em Goiânia. Destas, 80 crianças, cujos pais autorizaram a participação, responderam a uma anamnese completa e aos questionários ISAAC, Teste de Controle de Asma (ACT) e Teste de Controle da Asma Infantil (c-ACT), utilizados para a classificação da gravidade da asma. Além disso, realizaram a medição da fração exalada do óxido nítrico (FeNO) para avaliação da inflamação das vias aéreas. Resultados: Dentre os 80 estudantes participantes, 16,25% afirmaram que o filho já havia recebido diagnóstico de asma, em comparação a 83,75% que não haviam recebido diagnóstico de asma. Tais resultados foram confirmados pelos questionários, demonstrando a prevalência de asma em 16,25%. Dos 16,25% com diagnóstico prévio de asma, 38,46% apresentaram níveis aumentados (≥20 ppb) de FeNO (p<0,0001), em comparação ao grupo não asmático. Interessantemente, 41,79% das crianças sem diagnóstico prévio de asma também apresentaram níveis aumentados de FeNO (≥20 ppb) (p<0,0001), em comparação ao grupo com valores de FeNO (≤20 ppb), os quais são compatíveis com inflamação das vias aéreas de uma criança com asma. Por outro lado, essas mesmas crianças com FeNO elevado não demonstraram escore elevado para sinais e sintomas de asma, de acordo com o questionário ISSAC, necessitando outras abordagens para a identificação da causa dos níveis aumentados de FeNO. Conclusões: A incidência de asma infantil em estudantes de uma escola no município de Goiânia-GO segue o mesmo padrão nacional, mas demonstrando que a maioria dessas crianças não apresenta um quadro de asma controlada, quadro esse confirmado pelo quadro inflamatório das vias aéreas. Além disso, conclui-se que foi possívelidentificar e graduar a prevalência de asma e inflamação pulmonar, com eficiência e baixo custo, as quais devem ser consideradas pelos profissionais de Educação Física e pelas autoridades educacionais, com o objetivo de elaborar estratégias melhorar o sucesso escolar e a qualidade de vida dos estudantes.